Sempre gostei de filmes infantis, sempre mesmo, assisti 18 vezes "O Rei Leão" na famosa fita VHS verde. Acho que tem uma parte da infância que precisa ficar no adulto, e isto está muito claro na fala de Jesus em Mt 18:2-3 "Chamando uma criança, colocou-a no meio deles, e disse: "Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus"
Porém mais do que isso, alguns desenhos infantis falam de fato comigo, e um deles é o desenho Monstros S/A, a moral da história é que a energia do universo dos monstros é gerada através do susto e do medo das crianças, a grande aventura do filme começa quando a carismática "Boo" sai do universo dos humanos e entra no universo dos monstros pela porta da dupla Sulivan, que é líder em "sustos" e seu parceiro Mike Wazowski, mas o fato que me chama a atenção (CUIDADO LÁ VEM O SPOILLER) é que quando a Boo sorri durante o filme há um pico de energia, e no final eles percebem que o sorriso tem uma força de energia 10X maior que o suste e o medo... e é aí que a mensagem pegou forte pra mim.
O Autor Nicolau Maquiavel em sua obra "O Príncipe" fala o seguinte em relação ao amor e ao medo, vejamos:
"Vale mais ser amado ou temido (na chefia)? O ideal é ser as duas coisas, mas como é difícil reunir as duas coisas, é muito mais seguro - quando uma delas tiver que faltar - ser temido do que amado... Os homens sentem menos inibição em ofender alguém que se faça amar do que outro que se faça temer, porque a amizade implica um vínculo de obrigações, o qual, devido à maldade dos homens, em qualquer altura se rompe, conforme as conveniências. O temor, por seu turno, implica o medo de uma punição, que nunca mais se extingue. No entanto, o príncipe deve fazer-se temer, de modo que, senão conseguir obter a estima, também não concite o ódio." (O Príncipe – Nicolau Maquiavél)
Essa é a visão mais comum que se vê quando alguém se torna líder, o medo, pois o sujeito logo pensa que agora é líder e por isso tem poder para punir, logo precisa ser temido, veja como as palavras de Maquiavel ainda ecoam nos dias de hoje. No entanto os autores de "Gerente Minutos" Kennet Blanchard e Spencer Johnson um pouco mais contemporâneos que o Velho Nicolau, trouxe uma visão um pouco diferente, vejamos o resumo feito pelo livro por Thaís F. da Silva, em relação às três regras de gestão de pessoas, mais especificamente a segunda:
O segundo que é o elogio – minuto é de extrema importância, pois, para que uma empresa prospere com pessoas trabalhando felizes é necessário que as mesmas recebam o devido conhecimento por seu bom desempenho. Para se fazer o elogio – minuto o gerente deve avisar a seu funcionário que o mesmo está sendo observado quanto ao seu desempenho e logo em seguida dá-se o elogio – minuto fazendo com que o funcionário perceba o quanto o seu gerente está satisfeito com seu trabalho. O gerente também deve dar um aperto de mão ao seu gerenciado demonstrando assim seu total apoio para o crescimento do mesmo dentro da empresa. (Thaís F. da Silva in http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/resumo-do-livro-o-gerente-minuto/32336/)
Com base nesses dois pontos de vista antagônicos, tenho a tendência de ficar com o segundo, pois acredito na energia que está exposta no filme "Monstros S/A". Pessoas felizes e motivadas tem mais energia. A liderança baseada pelo medo está restrita ao poder da autoridade, logo o liderado fará apenas o necessário para não ser punido, ou seja, a entrega será no máximo 100% mas geralmente a entrega é média, ou seja, se a maioria do grupo mas o básico, farei o mesmo básico para me ver livre da ira da chefia. Agora quando o time é motivado pela alegria, pelo reconhecimento, pelo perdão das falhas e por uma crença do líder no seu potencial, o seu melhor sempre será o limite, se entrega 120% com alegria.
Veja o encontro de Jesus com Pedro após este o ter negado por 3 vezes, conforme o Evangelho de João Capítulo 21:
Primeiro: Pedro estava pescando novamente, veja já tinha deixado sua vocação, por logicamente não se achar mais apto para ser chamado de discípulo.
Segundo: Quando viu Jesus se jogou na água de vergonha, lógico, você já imaginou como se sentiria se encontrasse algum amigo querido que quando precisou de você, você virou as costas e disse que não o conhecia, então agora imagine que esse amigo era Jesus... pesado isso.
Terceiro: Quando Jesus se Pedro o amava ele deu uma resposta automática e pré programada, e assim que agimos quando estamos com medo e vergonha, respondemos aquilo que achamos que temos que responder.
No entanto diferente do que talvez eu e você faríamos, Jesus optou pelo amor para restaurar aquele homem. Jesus buscou um relacionamento intencional com Pedro, Jesus não ficou esperando um perdão, mas usou de Maiêutica que é a técnica de repetir a mesma pergunta a uma pessoa com o intuito de levá-la à reflexão, se Pedro havia negado a Jesus 3X agora teria declarado seu amor 3X também.
Agora temos um homem que foi restaurado em seu ministério e estaria disposto a fazer tudo por este Jesus, até mesmo dar a própria vida.
O mundo está cheio de críticos, mas já pensou se houvesse a profissão de "elogiador"? não um demagogo, mas alguém que buscasse intencionalmente encontrar em cada indivíduo algo que pudesse elogiar com o objetivo de injetar a ENERGIA pulsante da motivação????
Ah o mundo seria muito diferente. Faça o teste, identifique a pessoa mais complicada da sua equipe, e mantenha o compromisso de encontrar nela algo para ser elogiado, faça isso sistemicamente.... poste aqui nos comentários o resultado...